quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

CAPOEIRA UM PATRIMONIO AFRO-CULTURAL BRASILEIRO.

Capoeira vira patrimônio cultural brasileiro

Reconhecimento prevê a criação de plano de previdência especial para os velhos mestres do esporte/dança.

Em um Palácio Rio Branco cercado por cerca de 20 grupos de capoeira da Bahia, do Rio e de Pernambuco, o Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) acolheu por unanimidade, ontem, o pedido de registro da capoeira como patrimônio cultural brasileiro, feito pelo Ministério da Cultura.

É o ponto alto de uma história polêmica. "A prática foi, por muitos anos, considerada crime pelo Código Penal", lembra a historiadora e capoeirista Adriana Albert Dias. Os registros mais antigos vêm do século 18: era praticada por escravos, sobretudo os de Angola. O esporte/dança foi considerado crime até o fim da década de 1930. Só a partir de lá começou a alçar a fama - hoje, em 150 países.

A capoeira passa a ser um dos 14 patrimônios culturais do País, junto com o frevo, o samba carioca e o ofício das baianas de acarajé, entre outros. "Se hoje a manifestação é legitimada como um dos principais símbolos da cultura brasileira, foi por muito sacrifício, em especial dos mais antigos", conta o historiador Frede Abreu.

Na prática, a elevação da capoeira a patrimônio cultural prevê, além do reconhecimento como bem cultural, a criação de um plano de previdência especial para os "velhos mestres". Gente como Francisco de Assis, o mestre Gigante, de 84 anos. "Preciso muito dessa ajuda", diz ele, que participou de rodas com os lendários mestres Bimba e Pastinha. Gigante também atuou em filmes, como O Pagador de Promessas. Hoje, depende de ajuda até mesmo para consertar o telhado de sua modesta casa.

Pelo histórico dos processos do gênero, Gigante deve esperar muito para conseguir algum benefício do governo. O samba-de-roda do Recôncavo, outra instituição baiana elevada a patrimônio cultural pelo Iphan, em 2004, previa plano semelhante. Até hoje, é só um plano. "Vamos trabalhar para identificar o mais rapidamente possível os antigos mestres, mas é uma ação que não depende apenas do Iphan", explica a diretora de Patrimônio Imaterial do instituto, Márcia Sant'Anna.


Fonte: Agência Estado
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Re: Capoeira vira patrimônio cultural brasileiro

Mensagempor murillus » 16 Jul 2008, 15:15

Muito bom este passo pra frente que o Brasil deu...

Os mestres da cultura merecem o devido reconhecimento...

Sem cultura não há nem estória nem história...

Não havendo passado, o que será do nosso futuro, como "Brasil"...

Mas acho que a ajuda financeira aos mestres é muito dificil de se concretizar...
passa pelo reconhecimento da copoeira como profissão, ou seja, uma aposentadoria por tempo de serviço...

E o INSS ta botando pra f*** no pessoal...

[]s

ps: e sem querer polemizar... conceder um salario-aposentadoria a estes mestres seria muito mais justo que a bolsa-familia... mas isso não dá votos...

Mestre Bimba (1900-1974)

"A aranha vive do que tece"


Manoel dos Reis Machado, filho de Luís Cândido Machado exímio lutador de Batuque (luta de origem africana muito praticada na Bahia até o começo do século passado) e Maria Martinha do Bonfim, nasceu na Periferia do bairro de Brotas, mais conhecido como Bimba, apelido que ganhou ao nascer entre uma aposta de sua mãe e a parteira sobre o sexo da criança (bimba na Bahia é o órgão sexual masculino), teve seu primeiro contato com a capoeira aos 12 anos de idade (1912), ele iniciou na capoeira na estrada das boiadas, hoje bairro da Liberdade, em Salvador. Seu mestre foi o africano Bentinho, capitão da Companhia de Navegação Baiana.

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Bimba começou a ensinar em 1918, quando ainda praticava capoeira (que depois criação da Regional veio se chamar de Angola). Seus alunos eram negros e mulatos das classes populares. Mas apesar da pouca idade (18 anos), possuía alunos também de classes privilegiada, como o Desembargador Décio dos Santos Seabra, da família do ex-governador Seabra; Dr. Joaquim de Araújo Lima, jornalista (Imparcial e Nova Era) e mais tarde governador de Guaporé. Para estes e outros, as aulas eram particulares nos quintais e varandas de suas casas. Monteiro Lobato enviou-lhe uma carta elogiando sua persistência em elevar a capoeira aos níveis atuais, e um livro de sua autoria no qual estava incluso o '22 de Marajó', que contava as façanhas de um marujo capoeirista.

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Mestre Bimba um dos capoeiristas mais conceituados em sua época, carismático, lutador temido e jamais vencido em inúmeros desafios e combates públicos, "cantador" e percussionista admirável, discriminado por grande parte dos artistas e intelectuais de Salvador e venerado por seus alunos, realizou uma verdadeira revolução ao criar Capoeira Regional (motivo da discriminação dos artista e intelectuais). Passou a ensinar capoeira – agora chamada luta regional baiana e mais tarde capoeira regional – priorizando as pessoas de nível social mais alto e universitários; isto tiraria a capoeira da marginalidade, e economicamente era muito mais interessante. Abriu sua academia em 1930 (com o alvará saindo em 09/07/1937), sendo a primeira academia de capoeira da história e a quinta termos gerais do Brasil. Recebeu do inspetor técnico de Ensino Secundário profissional, o titulo de registro "que lhe requereu o Sr. Manoel dos Reis Machado, diretor do curso de Educação Física, sito à rua Bananal, 4".

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Sobre as inovações introduzidas por Mestre Bimba na capoeira muitos não aceitaram e apenas viram como descaracterização da capoeira que existia. Ele transformou a capoeira, usada para ataque e defesa, praticada por desordeiros e pessoas de classes mais humildes, numa luta com método de ensino próprio tornando-a um verdadeiro curso de Educação Física e criando rituais como: Batizado, Formatura e Especialização, seguindo padrões sociais e acadêmicos, pela própria nomenclatura. Conseguindo assim um grande número de adeptos em todas as classes principalmente entre os universitários, ou seja Mestre Bimba é o responsável pelo interesse de novas classes sociais pela capoeira.

Mestre Bimba também deixou registrado em vinil a sua Regional, gravou um LP chamado Curso de Capoeira Regional, que contém cantigas e os toques de berimbau da Regional, sendo uma referencia para quem quer saber esses, também acompanha um livrete com a biografia do mestre e alguns golpes e movimentos da Regional.

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Mestre Bimba, notícia de "A Tarde", em 1° de Agosto de 1936

Em 1918 não havia escola de capoeira, havia sim rodas de capoeira, nas esquinas, nos armazéns e no meio do mato.

Em 1928 achando que a capoeira que ele praticava e ensinava era pouco competitiva, e que deixava a desejar em termos de luta, juntou golpes de batuque à capoeira de angola e criou a capoeira regional.

Em 1930 apareceu em sua academia um funcionário do governo que entregou um oficio convidando-o a comparecer ao palácio. Bimba pensou que ia ser preso, pois a capoeira ainda era muito descriminada, mas para sua surpresa o governador/interventor Juraci Magalhães queria apenas que e seus alunos se exibissem para alguns convidados.

Em 1938 faz uma apresentação para o General Aleixo Pinto. Numa oportunidade, o ex-governador Lomato Júnior era seu aluno no CPOR da Bahia, onde deu aulas por tês anos no Forte do Barbalho.

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Mestre Bimba, em sua chegada a Goiânia, quando concedia entrevista ao jornal "O Popular", em 1973

Em 1949 veio a São Paulo, seus alunos realizam uma série de lutas contra lutadores de outras modalidades, vencendo a maioria delas por nocaute. Um jornal da época publicou: "Clarindo derrotou Godofredo no 3° assalto" e continua: "Na luta final da noitada, Clarindo, que vem fazendo alarde de suas qualidades capoeirísticas, derrotou Godofredo (luta livre) no 3° assalto por nocaute, com um "rabo de arraia", que atingiu com precisão a nuca do cotendor que desmaiou". Os resultados das lutas que foram realizadas no Ginásio do Pacaembu foram os seguintes:

  • 1ª Luta: Evaldo (luta livre) x Abib (capoeira) - Vencedor: Abib, no 3° assalto por nocaute;
  • 2ª Luta: Menezes (luta livre) x Perez (capoeira) - Vencedor: Perez, no 3° assalto por nocaute;
  • 3ª Luta: Nagashima (luta livre) x Garrido (capoeira) - Vencedor: Nagashima, no 2° assalto com "arm lock";
  • 4ª Luta: Duro (luta livre) x Garrido (capoeira) - Vencedor: Duro, no 2° assalto por estrangulamento;
  • 5ª Luta: Godofredo (luta livre) x Clarindo (capoeira) - Vencedor: Clarindo, no 3° assalto por nocaute;

Em 23 de julho de 1953, quando fez uma apresentação no palácio, para o então Presidente Getúlio Vargas, ouviu deste o seguinte: "A Capoeira é o único esporte verdadeiramente nacional". O Mestre Bimba torna-se assim o primeiro capoeirista a ser recebido em um palácio, pelo Presidente, e a exibir-se para os convidados do governo.

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O Mestre Bimba é cumprimentado pelo Presidente Getúlio Vargas no Palácio do Governo, Salvador, em 1953

Em 1955, apresentou-se com grande sucesso no Teatro José de Alencar, em Fortaleza.

Em 1956, na festa de inauguração da TV Record, em SP, e no mesmo ano na ABI e no Maracanãzinho, no Rio.

Em 1968, apresentou-se com seus alunos para três mil pessoas na Exposição de Pecuária de Teófilo Otôni, em Minas.

Ainda em 1968, no dia 26 de agosto, foi convidado para participar do "I Simpósio Brasileiro de Capoeira", realizado no Rio de Janeiro. Não vai, porém manda o Dr. Angelo Augusto Decânio Filho (um aluno formado), como seu representante. No dia 18 de agosto do mesmo ano, a convite da Faculdade de Filosofia de Vitória - ES, apresenta-se no Ginásio do SESC. No dia 28 do mesmo mês, apresenta-se na Escola de Música na Semana do Folclore, em Salvador, onde foi com seus alunos para participar de debates com folcloristas baianos, provando sua tese de que a Capoeira Regional também era folclore. Em 18 de outubro de 1968 apresenta-se no Cajazeira Country Club, de Salvador, e no dia 23 de dezembro no Clube dos Engenheiros de Mataripe.

Em 7 de setembro de 1969 o Mestre Bimba comemora, no Nordeste de Amaralina, rua Sítio Caruano, onde ele possuía uma academia só para suas festas e apresentações, além dos treinos aos domingos, seus 50 anos de ensino da Capoeira Regional. A festa foi bastante emocionante, comparecendo velhos e novos alunos e o Mestre no final, jogou um pouco de Capoeira com seus alunos mais "chegados".

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Última formatura que Mestre Bimba realizou em Salvador, em Mataripe. Na foto: M. Bimba, Vermelho, Itapoã e Carneiro - 28/02/73

Ainda em 1969, vai ao II Simpósio Nacional de Capoeira, no Rio, patrocinado pela Comissão de Desportos da Aeronáutica, mais fica só um dia dizendo "aquilo não ia dar em nada". No I Simpósio ele havia enviado o Mestre Decânio.

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Em 1971 vai a São Paulo a convite de Airton Moura (Onça), para ser homenageado pelos capoeiristas paulistas e receber o título de Presidente de Honra da Associação K-Poeira.

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Mestre Bimba entrega a medalha de campeão do Torneio de Formados a seu aluno Itapoã. Academia do Nordeste de Amaralina, 1970

Ainda em 1971, recebe convite para ir a Goiânia realizar um exame de alunos de Oswaldo Souza. Vai e fica empolgado com o tratamento recebido do povo e das autoridades locais. Mais tarde, ao receber um telegrama convidando-o para uma apresentação em Goiânia, o Mestre vibra. Eis o que dizia o texto:

URGENTE MESTRE BIMBA RUA FRANCISCO BARRETO NR.1 SALVADOR BAHIA
Favor informar urgente possibilidade apresentação completa em Goiânia dias quatro cinco e seis junho próximo mediante cobertura passagens ônibus ida e volta hospedagem nossa conta mais gratificação dois mil cruzeiros confirme para Academia Regional de Capoeira Prof. Oswaldo Souza Rua Seis Nr. 211 2 andar Goiânia - Goiás. 7 de maio de 1971.

Apesar da sua simpatia pelo PC(Partido Comunista), Bimba lecionou muito tempo nos meios militares, em 1930 alunos do CPOR entraram em contato e requisitaram seu Curso de Capoeira Regional, queriam que Bimba desse aulas do forte do Barbalho. Ele foi contra sua vontade, devido aos problemas que os capoeiristas e as classes menos favorecidas tinham com a polícia. Após o primeiro momento e sentindo que financeiramente era um bom negócio, ele deu o curso e se tornou um instrutor muito solicitado por elementos das Forças Armadas. O que mais fascinava os militares era o curso de emboscadas.

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Casado e pai de 10 filhos, Bimba enfrentava problemas financeiros. Assim, acreditando em promessas de maior reconhecimento e de uma vida melhor, Mestre Bimba deixa Salvador e parte para Goiânia. Antes de ir para Goiânia, Bimba formou sua última turma, uma formatura muito comentada chamada "formatura do adeus" depois deste evento ele deixou a Bahia dizendo "Não voltarei mas, aqui nunca fui lembrado pelos poderes públicos; se não gozar nada em Goiânia, vou gozar do cemitério". Depois que ele se foi veio a Salvador apenas duas vezes e dizendo que estava tudo bem, mas dona Nair nos disse: "Ele foi enganado! Não volta porque é orgulhoso'. Em 05 de fevereiro de 1974 um ano depois que deixou a Bahia, morria o mestre Bimba e foi enterrado em Goiânia. Transladar os restos mortais de Goiânia para Salvador foi difícil, os seus alunos achavam que o lugar dele era Bahia "ídolo não se pertence, pertence ao seu Público".

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"Fiz a capoeira regional. Enquanto estudava e praticava a de angola fui inventando e aperfeiçoando novos golpes". Em 1928 eu criei, completa, a regional que é o batuque misturado com a angola, com mais golpes, uma verdadeira luta, boa para o corpo e para a mente.

Bimba se foi mas deixou sua majestosa, inigualável obra, a qual, como ele, tornaram-se imortais, deixando sua filosofia e sua força de fazer uma capoeira forte e insuperável, uma capoeira autêntica, digna de ser chamada Capoeira Regional, a arte marcial brasileira.

Algumas criações de Mestre Bimba:

  • Criou a capoeira regional, na época consistia de 52 golpes.
  • Criou um método de ensino, a chamada seqüência de Bimba que consiste em 8 seqüências de ataque e defesa para serem executados na roda.
  • Criou a seqüência de cintura desprezada, que é uma série de balões cinturados, que os alunos só podiam jogar depois de formados, ao toque de iuna.
  • Criou o batizado de capoeira, um ritual onde o aluno é iniciado na capoeira recebendo um apelido e sua primeira graduação.
  • Criou a graduação na capoeira, que consistia em 4 lenços de esguião de seda:
    • 1º lenço cor azul aluno formado
    • 2º lenço cor vermelho aluno formado e especializado
    • 3º lenço cor amarelo curso de armas
    • 4º lenço cor branco mestre de capoeira
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Mestre Pastinha (1889-1981)

"A Capoeira é tudo que a boca come e tudo que o corpo dá"


Vicente Ferreira Pastinha nasceu em Salvador, Bahia, no dia 5 de abril de 1889. Filho de José Señor Pastinha, descendente de espanhol, proprietário de um pequeno armazém, e de Raimunda dos Santos, uma negra nascida em Santo Amaro da Purificação, a qual teve pouco contato.

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Pastinha deixou gravado no museu da Imagem e do Som, no ano de 1967, um depoimento onde ele conta, entre outras coisas, como conheceu a capoeira. "Quando eu tinha uns dez anos de idade, eu era franzino, um outro menino, mais taludo que eu tornou-se meu rival. Era só eu sair para rua, ia fazer compras por exemplo e a gente se pegava em briga. Só sei que acabava apanhando sempre. Então eu ia chora escondido de vergonha e tristeza. Contava ainda o tal menino com o apoio da mãe. Um dia, da janela de sua casa, um velho africano assistiu a uma briga da gente. "Vem cá, meu filho", ele me disse, vendo que eu chorava de raiva depois de apanhar. Você não pode com ele, sabe, porque ele é maior e tem mais idade. O tempo que você perde empinando arraia vem aqui no meu cazuá que vou lhe ensinar coisa de muita valia. Foi isso que o velho me disse e eu fui. Ele arrastava os móveis da sala e deixava um espaço livre onde me ensinava a jogar capoeira, todo dia um pouco e aprendi tudo. Ele costumava dizer: "não provoque, menino, vai botando devagarzinho ele sabedor do que você sabe". Um ano depois, encontrei o menino na rua. Ele me perguntou: "estava viajando ou estava se escondendo com medo de mim?" Eu lhe respondi: "estava com medo". A mãe do menino já se encontrava na porta, sorrindo divertida, esperando o início do espetáculo, quando seu filho venceria novamente a batalha. Mas para surpresa aconteceu ao contrario. Assim que o menino levantou a mão para desferir a pancada, com um só golpe fiz ele sabedor do que eu era capaz. E acabou-se meu rival, o menino ficou até meu amigo de admiração e respeito. O velho africano chamava-se Benedito e quando me ensinou o jogo tinha mais idade que eu hoje.

Aos doze anos, Pastinha ingressou na escola de aprendizes da marinha, onde foi músico e instrutor de capoeira, foi jogador de futebol, chegando a treinar na equipe do Ypiranga, seu time do coração, que possui as cores preto e amarelo as quais serviram de uniforme para sua escola de capoeira, foi engraxate, vendeu jornais, praticou esgrima, trabalho na construção do Porto de Salvador, foi alfaiate, fez garimpo e também tomou conta de "casa de jogo", ocupando o cargo de "leão de chácara" (segurança). Tudo isso foi uma forma de se manter financeiramente mas seu desejo era viver de sua arte, pois além de capoeirista era poeta popular, tendo contribuído com seus pensamentos e versos para o entendimento da capoeira como uma filosofia de vida.

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Em 1941 a convite do seu ex-aluno Aberrê foi ao bairro da Liberdade, na ladeira do Gengibirra, onde formava-se todos os domingos uma roda de capoeira. Lá se encontravam os maiores mestres da Bahia. Mestre Pastinha aceitou o convite e passou a tarde a "vadiar" e assistir aos outros mestres, inclusive seu ex-aluno Aberrê, que já era famoso no local. No fim da tarde, eles se reuniram e em nome de todos os mestres ali presentes, um dos maiores mestres da Bahia de nome Amorzinho, entregou a Capoeira Angola ao Mestre Pastinha, para que ele tomasse a frente e a colocasse em seu devido lugar. Pastinha ainda tentou se esquivar desculpando-se, porém Antônio de Maré disse: 'não há jeito não, Pastinha, é você quem vai "mestrar" isso aqui'. Diante do acontecimento ele fundou o Centro Esportivo de Capoeira Angola, situado no largo do Pelourinho, 19, onde hoje funciona o SENAC e posteriormente na rua Gregório de Matos, 51. Registrando-o em 1952, favorecendo com isso, para o desenvolvimento da Capoeira Angola na Bahia.

Os grandes capoeiristas da época sempre estavam presente nas rodas de Mestre Pastinha, além de turistas e personalidades do mundo como o escritor Jorge Amado, o pintor Caribé, o filósofo Jean-Paul Sartre e o ator Jean-Paul Belmondo.

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Em 1964, lança um livro: Capoeira Angola com orelha de seu amigo Jorge Amado.

Em abril de 1966, foi à África, representar o Brasil no I Festival Mundial de Arte Negra, em Dakar (Senegal), recebendo várias homenagens dos participantes e promotores do festival.

Em 1971, quando já estava velho e cego, disseram-lhe que teriam de fazer algumas reformas no conjunto arquitetónico do pelourinho e teria que se mudar para quando a reforma ficasse pronta ele voltar. Pastinha acreditou e saiu, na mudança perdeu móveis, instrumentos, fotos. Alguns discípulos e amigos também o ajudaram como o escritor Jorge Amado, que conseguiu junto ao então prefeito de Salvador, assegurar uma pensão de 3 salários mínimos, uma quantia simbólica que mal garantia seu sustento. No dia da entrega do prédio Pastinha ficou sabendo que a prefeitura tinha doado-o ao Patrimônio Histórico da Fundação Pelourinho, que vendeu ao Senac, Pastinha caiu numa profunda depressão.

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Esta expropriação foi um grande golpe sofrido pelo Mestre. Sua mulher, Maria Romélia Costa Oliveira, a D.Nice, foi quem cuidou de Pastinha até o fim ganhando o sustento do casal com um tabuleiro de acarajés.

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Em fins de 1979, sofreu um derrame celebral e após um ano de internação em hospital público foi enviado para o Abrigo D. Pedro II. Em 13 de dezembro de 1981, aos 92 anos morre cego, esquecido e na miséria um dos maiores nomes da história da capoeira

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Pastinha viveu até aos 92 anos de idade, dos quais 82 dedicados à causa da capoeira.

Mestre Pastinha, mestre da capoeira de angola e da cordialidade baiana, ser de alta civilização, homem do povo com toda sua picardia, é um dos seus ilustres, um de seus abás, de seus chefes. É o primeiro em sua arte, senhor da agilidade e da coragem, da lealdade e da convivência fraternal. Em sua escola, no Pelourinho, Mestre Pastinha constrói cultura brasileira, da mais real e da melhor. Toda vez que assisto esse homem, de 75 anos, a jogar capoeira, dançar samba, exibir sua arte com o clã de um adolescente, sinto a invencível força do povo da Bahia, sobrevivendo e construindo apesar da penúria infinita, da miséria, do abandono. Em si mesmo o povo encontra forças e produz sua grandeza. Símbolo e face deste povo é Mestre Pastinha.
Jorge Amado

CONSELHOS DO MESTRE

O capoeirista deve ser calmo, nada de afobação, a tranqüilidade permite que o capoeira se defenda ou ataque com mais sabedoria e malandragem.

O capoeirista deve ser leal, tem que respeitar seus colegas e ter uma obediência quase cega às regras da capoeira.

Ninguém pode mostrar tudo o que tem. As entregas e revelações tem que ser feitas aos poucos. Isso serve na capoeira, na família, na vida. Há segredos que não podem ser revelados a todas as pessoas. Há momentos que não podem ser divididos.

Não se pode esquecer o berimbau. Berimbau é o primitivo mestre. Ensina pelo som. Dá vibração e ginga ao corpo da gente. O conjunto de percussão com o berimbau não é arranjo moderno não, é coisa de princípios. Bom capoeirista além de jogar deve saber tocar berimbau e cantar.

"Angola, capoeira mãe. Mandinga de escravo em ânsia de liberdade, seu princípio não tem método, seu fim é inconcebível ao mais sábio capoeirista.

Capoeira é mandinga, é manha, é malícia, é tudo que a boca come...

Pratico a verdadeira capoeira angola e aqui os homens aprendem a ser leais e justos. A lei de angola que herdei de meus avós é a lei da lealdade. A capoeira angola, a que aprendi, não deixei mudar aqui na academia. Os meus discípulos zelam por mim. Os olhos deles agora são os meus.


Mestre Cobrinha Verde (1917-1983)

"Dois angoleiros que entendem de luta não podem disputá-la,
porque um quer vencer o outro e pode aplicar um golpe moltal"


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Rafael Alves França, mandingueiro respeitadíssimo no seu percurso por este mundo de meu Deus. Nasceu em Santo Amaro da Purificação (BA). Com 4 anos de idade iniciou-se na Capoeira pelas mãos de Besouro, seu primo carnal. Além de seu primeiro mestre, Cobrinha Verde também bebeu da sabedoria de Maitá, Licurí, Joité, Dendê, Gasolina, Siri de Mangue, Doze Homens, Espiridião, Juvêncio Grosso, Espinho Remoso, Neco, Canário Pardo e Tonha. Foi 3° Sargento no antigo Quartel do CR em Campo Grande, tendo participado também da Revolução de 32 entre outras pelejas. Durante muitos anos ensinou em seu Centro Esportivo de Capoeira Angola Dois de Julho, com sede no Alto de Santa Cruz, s/ n°, no Nordeste de Amaralina.


Mestre Waldemar de Pero Vaz (1916-1990)

"Um esporte que eu estimo é essa luta Angola"


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Waldemar Rodrigues da Paixão, cantador absoluto, Capoeira desde rapaz, esteve presente nessa Roda, sempre ensinando com seu canto, mostrando como é que faz. Teve como seus Mestres, nada menos do que Siri de Mangue, Tanabí e Canário Pardo. Frequentador assíduo das Festas de Largo, tinha o seu barracão, na Liberdade, onde ensinava e promovia as suas Rodas, muito conhecidas e apreciadas por todos e frequentadas por capoeiras e artistas como o notável Carybé. Ficou conhecido também pela qualidade e beleza dos berimbaus que fabricava. Temido e respeitado, por todos com quem jogava, teve vários admiradores e alunos, dentres eles Zacarias. Muitos e muitos capoeiristas e estudiosos, várias vezes recorrem ao Mestre que sempre atendeu a todos com a simpatia e cortesia de um Capoeira genuíno. Hoje Mestre Waldemar anda por outras Rodas, porém aqueles que passam pela Avenida Peixe, na Liberdade, ainda podem sentir a sua presença e ouvir o seu inconfundível canto, acompanhado com seu "berimbau voizero".


Mestre Caiçara (1923-1997)

"Roupa de homem não dá em menino"


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Antônio Conceição Moraes, quem já não ouviu falar do famoso Mestre Caiçara da Bahia? Cantador de primeira qualidade, contador de muitos casos e estórias da Capoeira, tem sempre uma boa reza para oferecer aos seus camaradas e por certo, aos não camaradas também. Figura muito conhecida das Festas de Largo de Salvador, Mestre Caiçara sempre está presente em qualquer festejo popular, portanto em sua camisa as cores vermelho e verde, promovendo sempre a sua Academia Angola São Jorge dos irmãos Unidos do Mestre Caiçara, cujo o nome também é o título de seu primeiro disco fonográfico gravado pela AMC, São Paulo, e encontrado ainda nas lojas de disco. Defensor radical das tradições africanas é sempre bom receber em Nagâ, Ketu, Gêge e Angola, suas bençãos e ouvir sua opinião sobre os grandes Capoeiras do passado e suas considerações sobre a Capoeira de hoje. Todas as tardes ele se encontrava no terreiro de Jesus confabulando, vendendo seu peixe e gingando, mas no dia 28 de agosto de 1997, ele nos deixou com sua arte e magia.


Mestre Canjiquinha (1925-1994)

"A Capoeira é alegria, é encanto, é segredo"


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Washington Bruno da Silva, nasceu em Salvador (BA), filho de D. Amália Maria da Conceição. Aprendeu Capoeira com Antônio Raimundo - o legendário Aberrê. Iniciou-se na Capoeira em 1935, na Baixa do Tubo, no Matatu Pequeno. "No banheiro do finado Otaviano" (um banheiro público). Filho de lavadeira, Mestre Canjiquinha foi sapateiro, entregador de marmita, mecanógrafo. Dentre outras atividades foi também jogador de futebol (goleiro) do Ypiranga Esporte Clube, além de cantor de boleros nas noites soteropolitanas. Participou também dos filmes "O Pagador de Promessas", "Operação Tumulto", "Capitães de areia", "Barra Vento", "Senhor dos Navegantes" e "A moça Daquela Hora". Além de fotonovelas com Sílvio César e Leni Lyra. Fundou o Conjunto Folclórico Aberrê, tendo sido Mestre de Antônio Diabo, Paulo dos Anjos, Burro Inchado, Madame Geny, Vitor Careca, Robertão e Brasília, dentre outros nomes da Capoeira atual.


Mestre Traíra

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José Ramos do Nascimento, Capoeira de fama na Bahia, marcou época e ganhou notabilidade ímpar na arte das Rasteiras e Cabeçadas. Nodisco fonográfico, produzido pela Editora Xauã, intitulado "Capoeira" - hoje uma das raridades mais preciosas para os estudiosos e adeptos desta Arte - tem presença marcante envolvendo a todos os ouvites. Sobre a beleza e periculosidade do seu jogo, assim se referiu Jorge Amado: "Traíra, um cabloco seco e de pouco falar, feito de músculos, grande mestre de capoeira. Vê-lo brincar é um verdadeiro prazer estético. Parece bailarino e só mesmo Pastinha pode competir com ele na beleza dos movimentos, na agilidade, na rigidez dos golpes. Quando Traíra não se encontrana Escola de Waldemar, está ali por perto, na Escola de Sete Molas, também na Liberdade". Mestre Traíra também teve importante participação no filme "Vadiação", de Alexandre Robatto Filho, produzido em 1954, junto aos outros grandes capoeiristas baianos como Curió, Nagé, Bimba, Waldemar, Caiçara, Crispim e outros."


Mestre Paraná (1923-1972)

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Osvaldo Lisboa dos Santos, conhecido como Mestre Paraná, foi um dos melhores tocadores de berimbau de todos os tempos. Nasceu em Salvador - Bahia - em 1923, sendo o primeiro a tocar berimbau na orquestra sinfônica do teatro municipal do Rio de Janeiro. Participou também no filme "O Pagador de Promessas". Esse angoleiro nato, foi aluno do Mestre Antônio Corró ex-escravo na Bahia, viajou por todo o Brasil, mostrando a capoeira e o som inigualável do seu "gunga", gravando um compacto duplo pela CBS (Capoeira Mestre Paraná), fato este o primeiro que se tem notícia. Convidado por Mercedes Batista, foi a Portugal divulgar a capoeira jogada no Brasil.

Mestre Paraná fundou o Grupo de capoeira São Bento Pequeno nos anos 50, do qual com muito orgulho, constitui toda a formação do grupo Muzenza. No dia 7 de Março de 1972, no IAPASE (Rio de Janeiro), vítima de um súbito colapso cardíaco, morreu cantando o grande angoleiro, deixando uma lacuna em nossa capoeiragem."


Mestre João Grande (1933)

"A capoeira é como o mar, as ondas vão e vem!"


.::ECAB::.

João Oliveira dos Santos, Mestre João Grande, nascido na cidade de Itagí (BA), iniciou-se na Capoeira pelos ensinamentos de Vicente Joaquim Ferreira Pastinha (Mestre Pastinha). Já percorreu vários países da Europa, África e América do Norte - com o Grupo Folclórico "Viva Bahia", coordenado pela professora e folclorista Emília Biancardi - divulgando a sua arte e a obra de seu mestre. Foi condecorado, em 1990, com a Medalha do Mérito Desportivo, uma das mais altas condecorações na área do Esporte do Brasil. Mestre João Grande gravou, também em 1990, pelo Programa Nacional de Capoeira, o seu primeiro disco solo. Hoje, estabelecido em Nova lorque, é considerado um dos Mestres mais importantes da Capoeira Angola.


Mestre João Pequeno (1917)

"A capoeira é uma coisa que nasce no sangue da gente. Na natureza e no espírito"


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João Pereira dos Santos, nasceu na cidade de Araci (BA). Discípulo de Mestre Pastinha, que o apelidou de "Cobra Mansa", teve seu primeiro contato com a Capoeira por intermédio de Barbosa e Juvêncio. Gravou seu primeiro disco solo pelo Programa Nacional de Capoeira em 1990. Hoje é muito prorurado por alunos do Brasil e do exterior como uma das, referências vivas da Capoeira Angola. É o capoeirista mais velho do Brasil vivo.


Mestre Valdemar da Paixão

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Mestre Waldemar. Da Paixão, da Liberdade, da Avenida Peixe, capoeirista conhecido pelos seus berimbaus coloridos e por sua voz inconfundível. Iniciou na capoeira com 20 anos de idade, em 1936, foi aluno de Canário Pardo, Periperi, Talabi, Siri de Mangue e Ricardo de Ilha de Maré. Começou a ensinar capoeira em 1940, na Estrada da Liberdade, no inicio era ao ar livre e depois passou para um barracão de palha que ele mesmo construiu. O local virou ponto de encontro dos capoeiristas baianos, e aos poucos a roda de mestre Waldemar foi se tornando muito famosa e todos os capoeiristas da Bahia iam lá jogar. No livro Bahia: imagens da terra e do povo, publicado em 1964, Odorico Tavares assim descreve uma roda de Waldemar no Domingo a tarde, no Corta Braço, na Estrada das Boiadas, destacando a qualidade do mestre como cantador: "Com os tocadores ao seu lado o mestre levanta a voz, iniciando o canto. Os jogadores, em número de dois, estão de cócoras, à sua frente. É lenta a toada que o mestre canta , como solista e já os capoeiristas acompanham-no em movimentos mais lentos ainda, como cobras que começam a mover-se: olhe o visitante atentamente, como aqueles homens nem ossos tivessem, seus membros parecem que recebem um impulso quase insensível, de dentro para fora.(...) Os homens não se tocam para defesa e ataques que se sucedem em imprevistos de segundos. Ë um milagres em que a violência de um ataque resulte em outro ataque, em que ninguém se toca, ninguém se fere, ninguém se agride. É combate, é baile que dura horas."(p. 177-178)

Mestre Waldemar sempre procurou um bom convívio com todos os capoeiristas recebendo todos em seu barracão com muito respeito e também sendo muito respeitado. O seu reconhecimento com mestre evitava conflitos provocados pelos chamados 'valentões'. Sobre esses conflitos Waldemar nos conta: "Barulho eu nunca tive com ninguém, porque eu sempre fui respeitado, nunca ninguém me desafiou. Se me desafiava para jogar, mestre que aparecia aqui, a minha cabeça resolvia.(...) Me respeitavam muito os meus alunos. E não tinha barulho, porque eu olhava para eles assim, eles vinha pro pé de mim e ninguém brigava."

O canto e o toque de berimbau não eram suas única habilidades o mestre também era um exímio jogador de capoeira. Ele relembra: "Quando eu jogava, eu dizia: toque uma angola dobrada. É um por dentro do outro, passando, armando tesoura, se arriando todo. Parece que eu tô vendo eu jogar. Eu joguei muito.(...) Eu gostava de jogar lento, pra saber o que faço. Pelo meu canto você tira. Eu canto pra qualquer um menino desse jogar, e ele jogo sem defeito. Para os meus alunos eu digo que vou cantar e eles já sabem o que eu quero: são bento pequeno. É o primeiro toque meu. Para o outro tocador eu digo : 'de cima para baixo', e ele sabe que é são bento grande. Para viola eu digo: 'repique', e ele bota a viola pra chorar."

Mestre Waldemar conta que no seu tempo, e nas suas aulas a capoeira era ensinada na roda, mas que também havia os dias de treino. "Eles jogavam e eu fazia sinal pra fazer tesoura, fazia sinal pra chibatear, fazia sinal pro outro abaixar. "


Mestre Toni Vargas (1958)

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Antonio César de Vargas, nasceu em 5 de abril de 1958, começou capoeira em 1968 com o Mestre Rony (do Grupo Palmares de Capoeira). Depois foi aluno do Mestre Touro, do grupo corda Bamba, na qual teve a honra de ser Cordel Azul. Em 1977 ingressou no grupo senzala para ser aluno do Mestre Peixinho que o formou com a corda vermelha em 1985. É formado em ed. física e pós-graduado em dança. Participou de diversos discos e tem músicas gravadas em vários CD´S, tem um cd gravado, e desenvolve um trabalho com crianças e coordena uma instituição de educação infantil. Mestre Tony é um dos maiores poetas da capoeira - foi homenageado pela Superliga Brasileira de Capoeira como um dos melhores do século em Curitiba - PR pelo Mestre Burguês em 09/09/2000.


Mestre Acordeon (1943)

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Ubirajara Guimarães Almeida, nasceu em Salvador em 1943 iniciou-se na capoeira em 1956 e foi um dos alunos do Mestre Bimba que mais se destacou. Em 1959 começou a ensinar capoeira e em 1961 abriu sua 1º academia denominada Quilombos.

Atualmente ensina capoeira na cidade Berkeley Califórnia - USA. Já gravou vários cd´s e editou três livros.


Mestre Itapoan

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Raimundo César Alves de Almeida começou a praticar a Capoeira em 1964, no Centro de Cultura Física e Regional, no Terreiro de Jesus, em Salvador, com mestre Bimba. Mestre Itapoan é uma das maiores autoridades no país sobre o mestre Bimba e sua Luta Regional, juntamente com mestre Decânio. Dentista de profissão, seu currículo capoeirístico é vasto, assim como seu trabalho em prol da Capoeira. É reconhecido internacionalmente como grande estudioso das tradições e da vida dos personagens da Capoeira.

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