Berimbau
É o principal instrumento musical da capoeira, o qual, numa roda de jogo de capoeira, é ele que comanda a roda nos mostrando o tipo de jogo a ser realizar, através de seu toque. O Berimbau não existiu somente em função da capoeira era usado pelos afro-brasileiros em suas festas e no samba-de-roda.
O berimbau que hoje é divulgado e tocado em toda parte do mundo é um arco de madeira específica, pois qualquer madeira não serve, ligado pelas duas pontas por um fio de aço. Numa das pontas há uma cabaça que não deve ser usada de modo algum verde, quanto mais seca melhor. Faz-se uma abertura na parte que se liga o caule e parte inferior, dois furos, por onde deve passar um cordão para ligá-lo ao arco de madeira e ao fio de aço. Pega-se um dobrão (moeda antiga), uma vareta e um caxixi e o instrumento está pronto para se tocar. Esse é o instrumento que atualmente se conhece no Brasil e em outros cantos do mundo. Nos primórdios da colonização o Brasil conheceu outros tipos de berimbaus: o berimbao ou berimbau-de-metal, o berimbau-de-boca e o berimbau-de-bacia.
Berimbao: a maioria dos pesquisadores diz que o termo vem de uma palavra espanhola, "berimbao", usada para um tipo de instrumento composto de um pequeno arco de arame com uma fina lâmina colocada no meio.
O arco é seguro nos dentes do tocador, e a lâmina é dedilhada. O som é alterado com a mudança dos lábios bochechas e língua. A boca serve como caixa de ressonância. O instrumento foi trazido da Europa, foi vendido no Brasil, até recentemente ainda havia algumas pessoas que o tocavam.
Berimbau-de-boca: este constitui de um arco de madeira flexível de mais ou menos um metro de comprimento, uma corda de cipó-de-imbé (Philodendron spp.), uma varinha de madeira para bater na corda e uma faca para modificar o som. Este instrumento não é mais encontrado no Brasil.
O instrumento é posto no ombro esquerdo. Com a mão esquerda e segurado com o dedo mínimo por debaixo do barbante que prende a cabaça ao arame, segura-se o berimbau e também a faca com que as notas são modificadas. Com a mão direita, segura-se a vareta com que a corda é batida para produzir o som e o caxixi. A cabeça do tocador é virada para o lado esquerdo, e a corda passa entre os lábios, agindo a boca como caixa de ressonância.
Berimbau-de-bacia: Consiste de um arco de corda de arame, colocado em cima de duas grandes latas quadradas. Uma pessoa segura a madeira, enquanto o tocador senta-se no chão à sua frente. Desliza-se uma curta barra cilíndrica de metal sobre a corda, com a mão esquerda, para produzir a altura da nota desejada, e, com a mão direita, bate com outra barra cilíndrica de metal mais longa para produzir o som. As latas serviam como caixa de ressonância.
A origem do berimbau é um pouco obscura, apesar de alguns historiadores acreditarem numa origem africana; já que os africanos tem estado no Brasil desde, ao menos, 1548; e como em todos os relatórios sobre o uso do instrumento no Brasil é evidente que tenha sido usado exclusivamente por negros escravos (africanos e descendentes de africanos), a conclusão mais lógica é que o berimbau é um instrumento de origem africana introduzido no Brasil com os escravos, através dos portugueses.
Normalmente são utilizados três berimbaus simultâneos na roda, um gunga ou berra-boi, um médio e um viola que possuem sons que vão tornando-se mais agudos gradativamente. O que dá diferentes nomes aos berimbaus é a diferença no tamanho de suas cabaças sendo que o viola possui a menor cabaça e o gunga a maior cabaça. Portanto a definição do tipo do berimbau que está sendo tocado depende diretamente dos outros berimbaus presentes na roda. O berimbau varia suas notas musicais através de uma maior ou menor pressão do dobrão no arame e de se encostar ou não a cabaça na barriga do tocador.
Atabaque
O atabaque na capoeira tem a mesma função que o pandeiro. O termo atabaque é de origem árabe, é um instrumento oriental muito antigo entre os presas e os árabes, porém divulgado na África. Provavelmente o atabaque tenha vindo para o Brasil através dos portugueses, para ser usado em festas e procissões religiosas.
Pandeiro
Na capoeira é um instrumento que serve para fazer a marcação do ritmo; há quem pense numa remota origem árabe como é o caso do Bluteau, porém o pandeiro é um dos antiguíssimos instrumentos musicais da velha Índia. Os hebreus faziam bastante uso, sobretudo nas cerimônias religiosas. Penetrou na Idade Média, impôs sua presença e na Península Ibérica se instalou em definitivo com a invasão árabe, sendo usado com freqüência em bodas, casamentos e cerimônias religiosas.
No Brasil, o pandeiro entrou por via portuguesa e já na primeira procissão que se realizou no Brasil, que foi a de Corpos Christis, na Bahia, a 13 de junho de 1549, ele se fez presente, pois era hábito em Portugal.
Caxixi
O caxixi é um chocalho feito de palha trançada com a base de cabaça, cortada em forma circular e a parte superior reta, terminando com uma alça da mesma palha, para se apoiar os dedos durante o toque. No interior do caxixi há sementes secas, que ao se sacudir dá o som característico. Esse instrumento é usado exclusivamente na capoeira.
Agogô
O agogô é um instrumento musical de percussão de ferro, entrado no Brasil por via africana. O termo agogô pertence a língua nagô e vem do vocábulo agogô, que quer dizer sino, entretanto precisar qual dos povos africanos foram responsável pela sua vinda para o Brasil é algo difícil. O uso do agogô na capoeira não é de grande importância, pois pouquíssimas academias o usam. É bastante usado nos folguedos populares. Mas a sua maior atuação é nas cerimônias afro-brasileiras.
Reco-Reco
É feito de gomo de bambu sobre o qual se passeia uma haste de metal. Também existe outro tipo feito de uma pequena mola. Desconhece-se a origem do nome, assim como a sua procedência.
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